E ao último dia, fez-se luz. E fez-se sombra. E fez-se luz novamente. Uma verdadeira espiral de sons e sensações. Tão diferentes como as bandas presentes e tão opostas como os estilos tocados. Primeiras impressões: talvez para ajudar ao fecho em grande tivemos, finalmente, o melhor entardecer do festival. Quem olhasse para a esquerda via Vénus. Para trás, um smile de lua minguante. E à frente uma chuva de estrelas cadentes com nomes tão sonoros como The Gossip, TV On The Radio, Scissor Sisters, Interpol e Underworld.
O planeta TV On The Radio foi apenas prejudicado pela meia-luz das 20h. No entanto, o brilho foi suficiente para fazerem bater o pé a muita gente. O constante jogo de vozes de “Ei, ei my playmate...”, anunciava já o rasto do meteorito de espelhos que viria a seguir. Em menos de nada já estamos mergulhados em cores garridas de lantejolas e disco saltitante. Podia ser Elton John ou os Bee Gees, não interessa.
Uma atrás da outra, saem tiradas inspiradas e picantes q.b. que alternam com poses e ritmo incansável. Há traseiros e simbologias nacionais de Barcelos e há alusões a substâncias e tendências menos comuns e há intermináveis dar e dar de ancas. Nasty! Filthy!
Corta para o apagar de luzes. Sai o rosa de soutiens explosivos e tesouras. Entra o cinzento urbano da conterrânea e vizinha Interpol. Baixa ainda mais a luz. Vem a sombra pontuada de guitarras e mais guitarras. “How are things on the west coast?” We’re doing fine, so fine, thanks. Talvez não devesse surpreender, mas ao mesmo tempo estranha-se a quantidade de almas que partilha das mesmas preferências.
Sabem-se as letras, as pausas, os arranques. E quando falha a letra, imita-se o riff. Mais um pouco e a lua cheia nova-iorquina, sempre difusa e poluída, está prestes a eclipsar-se.
Pela última vez muda o palco. Faz-se luz de novo, em projecções e projectores. Vemos também, pela primeira vez, todos os ecrãns ao serviço da causa. Do submundo emergem todos os baixos e batidas que qualquer corpo reconhece. Longos, repetitivos, hipnóticos. Primordiais como a vida. O ciclo fecha-se e recomeça de novo.
Mais uma vez, a prova de que a música é, e será sempre, uma parte inexoravelmente integrante da experiência humana.
Até para o ano!
sexta-feira, 6 de julho de 2007
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6 comentários:
Super festival!
Estive lá e adorei!
Perfeito!
Espero repetir a dose!
;)
sugestao: ponham, online, as gravacoes dos concertos... ou quem sabe, para podermos fazer os downloads... isso e k era!
stone sour e metallica; do melhor!
ninguem vai por fotos do concerto dos metallica?
Cumprimentos
Podes ver imagens dos mettalica na Super Bock Super Rock Live TV no site da Super Bock. Está fantástica.
Ainda estou a recuperar. Foi tudo tão fantástico, tão mágico que já adquiriu contornos miticos e inegualaveis.
Os concertos foram fantásticos (na maioria) e o campismo... Só que lá esteve pode compreender.
Espero ansiosamente pelo próximo ano (por mim podia ser já amanha).
Ah, já agora... Quem foi a cabecinha pensadora que se esqueceu de por Arcade Fire nas t'shirts? Tá mal :-P (mesmo assim comprei 3)
Ouvir, sentir, dançar.....
Simplesmente fantástico!!
A música contagiou todos os que lá estavam!!!
Adorei
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